28 abril 2024

Período Paleógeno

Fauna da época Eocena, incluindo o grande herbívoro Uintatherium (ao centro).
Crédito: Bob Hynes
© Smithsonian Institution

    O Paleógeno é o período geológico que sucede o período Cretáceo da era Mesozoica, inaugurando uma nova era, a Cenozoica, há 66 milhões de anos. Ele se estende por quarenta e três milhões de anos, até o início do período Neógeno, 23,03 milhões de anos atrás. Esse intervalo é dividido nas épocas Paleocena, Eocena e Oligocena. Seu nome significa "de origem antiga" e vem do grego palaiós, "antigo", + génos, "origem".

Tabela do tempo geológico em escala, com destaque para o Paleógeno, suas épocas e idades.
© Mundo Pré-Histórico

    O clima global do Paleógeno começou com o breve mas intenso inverno de impacto provocado pelo impacto de Chicxulub, que causou a extinção do Cretáceo-Paleógeno. Esse período frio, gerado pelo bloqueio da radiação solar por poeira e cinzas, foi encerrado por um abrupto aquecimento. Destaca-se, nesse processo, a ocorrência do Máximo Térmico do Paleoceno-Eoceno, um dos eventos mais quentes de todo o éon Fanerozoico. Quando as temperaturas se estabilizaram, a tendência de resfriamento e ressecamento que começara no final do Cretáceo retornou.
    Os continentes continuavam a se aproximar de suas posições atuais. A Austrália se separou da Antártida e começou a deslocar-se em direção ao Sudeste Asiático; a Índia estava a caminho de colidir com a Ásia; a África movia-se para o norte, em direção à Europa; o Oceano Atlântico alargava-se alguns centímetros por ano; e a América do Sul aproximava-se da América do Norte. Nesta última, os mares que cortavam seu interior recuaram cedo no Paleógeno.

Disposição dos continentes há 50 milhões de anos.
© Colorado Plateau Geosystems, Inc., 2016
(Com modificações)

    Após a extinção K-Pg, as formas de vida tropicais diversificaram-se muito mais rápido do que aquelas em latitudes mais elevadas, resultando em um gradiente de diversidade significativo ao redor do globo. Os mamíferos evoluíram de formas pequenas e genéricas para a maioria das variedades modernas que vemos hoje, incluindo primatas, cavalos, morcegos, porcos, canídeos e felinos. As aves, os dinossauros sobreviventes, também experimentaram uma irradiação adaptativa ao dominar os céus, deixados vagos pelos pterossauros. Algumas não voadoras, como os pinguins, as ratitas (emas, avestruzes) e as aves-do-terror, ocuparam os nichos deixados pelos hesperornites e outros dinossauros extintos.
    Com o clima mais ameno e seco, as florestas do Hemisfério Norte deram lugar a bosques abertos e pradarias, onde manadas de grandes mamíferos pastavam. Os répteis menores que sobreviveram ao fim do Cretáceo, como tartarugas, serpentes, crocodilos e lagartos, ainda se aqueciam no calor das regiões tropicais. Peixes preenchiam os oceanos e serviam de alimento para os tubarões, que estavam rapidamente dominando as águas na ausência dos grandes mosassauros e plesiossauros. Houve uma grande diversificação de foraminíferos (organismos unicelulares com uma espécie de concha) e outros organismos planctônicos, além de bivalves (ostras e mexilhões), gastrópodes (caramujos) e equinoides (ouriços-do-mar). A grande novidade nos mares, porém, foi o surgimento dos cetáceos (baleias e golfinhos), em meados do Paleógeno, a partir de ancestrais terrestres.

A baleia Basilosaurus foi um dos maiores animais do Paleógeno.
Crédito: Sergio Pérez, 2019
As aves-do-terror, como o Paraphysornis, surgiram no início do Eoceno e se tornaram predadoras de topo de cadeia na América do Sul.
Crédito: Eoscorpiidae, 2008


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