© Mohamad Haghani, 2012 |
O sauropelta ("escudo de lagarto", do grego sauros, "lagarto", e pelte, "escudo") é um dinossauro anquilossauro que viveu nas amplas planícies inundáveis do oeste da América do Norte entre 115 e 108,5 milhões de anos atrás, durante as idades Aptiana e Albiana do Cretáceo Inferior. É um dos nodossaurídeos mais antigos que se conhecem e também um dos mais bem compreendidos. Alimentava-se de samambaias, coníferas e cicadófitas baixas nas florestas de coníferas que cobriam a região. Atarracado e pesado, esse herbívoro blindado media entre 5,2 e 7,6 m de comprimento e pesava cerca de 2 toneladas.
Seu corpo era largo, com caixa torácica e pelve amplas. Patas, membros, ombros e quadris eram reforçados para suportar o peso da armadura óssea em seu dorso. Os membros dianteiros eram mais curtos que os traseiros, o que resultava em um dorso arqueado, com o ponto mais alto sobre os quadris. O sauropelta possuía uma cauda distintamente longa, que compunha metade de seu comprimento total, era sustentada por mais de cinquenta vértebras e enrijecida por tendões ossificados.
A couraça era formada por massas ósseas encravadas na pele (osteodermes), que revestiam todo o seu dorso. Duas linhas paralelas de protuberâncias abobadadas corriam pela parte de cima do pescoço; as costas e a cauda eram cobertas por pequenos nódulos (ossículos), que separavam escamas maiores e cônicas arranjadas em sequências transversais. Sobre o quadril, ossículos e placas abobadadas se interligavam firmemente para formar uma estrutura chamada escudo sacral, também encontrada no polacanto e no antarctopelta. Placas triangulares e planas estendiam-se pelas laterais da cauda. Espinhos grandes e pontudos flanqueavam o pescoço em duas fileiras (a superior era voltada para cima, e a inferior apontava para os lados). Eles aumentavam em tamanho em direção aos ombros e, então, diminuíam drasticamente até atingirem a cintura. Devido a seu tamanho expressivo, esses espinhos provavelmente também tinham um papel visual, chamando a atenção de parceiros da espécie ou intimidando os predadores - que incluíam o deinonico e o acrocantossauro.
Um dos esqueletos mais bem preservados de um nodossaurídeo, a armadura óssea e cauda de um sauropelta, está exposto no Museu Americano de História Natural, em Nova York. Crédito: Ryan Somma |
Sua cabeça triangular tinha o topo achatado (diferentemente de outros nodossaurídeos), espesso e coberto de placas ósseas justamente fundidas. Dentes em forma de folha, adaptados para triturar material vegetal, alinhavam-se em ambas as maxilas. Não se conhece a extremidade anterior do crânio, mas provavelmente o sauropelta também tinha um bico córneo afiado e estreito, usado para selecionar a vegetação mais macia e cortá-la. Ele compartilhava os recursos alimentares da região com diversos outros dinossauros herbívoros, como o tenontossauro, o zefirossauro e alguns titanossauros.
No início dos anos 1930, o paleontólogo Barnum Brown coletou o holótipo do sauropelta na Formação Cloverly, em Big Horn County, Montana, EUA. Ele também encontrou dois outros espécimes, sendo um deles um dos mais bem preservados esqueletos de nodossaurídeos, o qual conserva grande parte dos ossos da armadura em sua posição natural. Nos anos 1960, expedições lideradas pelo paleontólogo John Ostrom recuperaram outros espécimes incompletos, também na Formação Cloverly. Ostrom cunhou o gênero Sauropelta em 1970, para incluir todos esses materiais. Brown não chegara a descrever os fósseis que encontrou, mas em suas palestras usava informalmente o nome "Peltosaurus" para se referir a eles. Contudo, "Peltosaurus" já batizava um gênero extinto de lagarto e, portanto, não pôde ser registrado para o dinossauro.
Em 1984, Kenneth Carpenter reexaminou um conjunto de pegadas fossilizadas que haviam sido encontradas em 1932, por Charles Mortram Sternberg, na Colúmbia Britânica (Canadá), e concluiu que elas provavelmente haviam sido produzidas por sauropeltas. Em 1989, milhares de novas pegadas foram descobertas em uma mina de carvão em Grande Cache, na província canadense de Alberta, onde alguns sítios fornecem as únicas evidências no mundo de que anquilossauros andavam em bando.
Classificação científica:
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Clado: Dinosauria
Clado: Dinosauria
Ordem: †Ornithischia
Clado: †Thyreophora
Subordem: †Ankylosauria
Família: †Nodosauridae
Gênero: †Sauropelta
Espécie: †Sauropelta edwardsorum
Crédito: Robert Fabiani, 2018 |
Acabei de ler e ficou muito boa! Informações ótimas, show.
ResponderExcluirAgora, o Sauropelta sempre me chamou a atenção dentre os nodossaurídeos, era um animal bem diferente e deveria ser muito bonito em vida.
O que mais me chama à atenção são esses enormes espinhos que ele tinha!
Valeu, Vinícius! É mesmo um animal muito bonito.
ExcluirNo futuro, poderia fazer uma postagem sobre o Protocyon?
ExcluirPosso sim!
ExcluirObrigado, estarei esperando. Aliás, você já tem uma noção de qual será sua próxima postagem?
ExcluirTenho sim! Já estou escrevendo a próxima postagem e tenho mais umas quinze planejadas! Haha
ExcluirMuito espero... haha! Ficarei de olho.
Excluirmeu anquilosauridae preferido
ResponderExcluirquer dizer, o antartopelta, confundi os nomes, o sauropelta é o terceiro, e em segundo é o euplocefalo
ResponderExcluirOLÁ FELIPE , EU USO SEU BLOG COMO FONTE DE PESQUISA PARA MEUS VÍDEOS DO MEU CANAL
ResponderExcluirVOCE SE IMPORTA ?
Olá Davi! Claro que não! Só peço que, se for usar o mesmo texto, indique o blog como fonte. Valeu!
ExcluirUma dúvida!
ResponderExcluirCom esse tamanho estimado de 7,6 metros, o Sauropelta é o maior nodossaurídeo conhecido?
Essa é a estimativa mais alta, que na verdade parece ser exagerada. Acredito que Edmontonia e panoplossauro eram os maiores, medindo até 6,6 m e 7 m, respectivamente.
ExcluirEntendi, valeu!
ExcluirÉ possível que usasse os espinhos para defesa ? Digo , aquilo geraria um belo estrago .
ResponderExcluirProvavelmente não para ataque, por causa da posição deles (investir com o pescoço seria algo bem estranho), mas, para evitar ataques e proteger essa região mais vulnerável, com certeza seria uma arma muito intimidadora.
ExcluirImagina ele dando com os ombros em um acrocantossauro, kkkkkk! O bicho daria pescoçadas no adversário, kkkkkk!
ExcluirNo Jurassic World Evolution ele faz isso, e eu acho uma coisa horrorosa, do mesmo jeito que a crista do deinonico.
Faz sentido - assim o porco espinho faz hoje em dia .
ExcluirAlgo mais ou menos assim
Excluirhttps://youtu.be/oUBzRkKQ3fk
Foi o melhor vídeo que encontrei . Poderia muito bem acontecer com um bando de acrocantossauros !
Apenas especificando , eu disse que fazia sentido me referindo ao fato de ser uma arma intimidadora , como o porco espinho faz hoje em dia ( o comentário do Nautilus não estava quando eu havia escrito o comentário ) .
ExcluirIncrível postagem , ele costumava ser meu dinossauro preferido ! No entanto , quanto mais eu descobria novas espécies , de tantas famílias , mais caía a ficha de que é impossível ter um favorito - gosto de todos igualmente , atualmente .
ResponderExcluirSinto o mesmo, Lorenzo! Com o tempo você percebe que toda espécie tem o seu valor e sua singularidade!
ExcluirDisse tudo ! Tudo isso graças à sessão de " relacionados " no Google kkkkk . Você pesquisa um dinossauro específico e aparecem dez relacionados a ele , seja por parentesco , seja por ambiente 😁 .
ExcluirA maioria dos anquilossaurideos tinha o problema de ter o pescoço exposto, que era um dos alvos para os carnívoros os atingirem.
ResponderExcluirMas esse pescoçinho aí não tem nada de vulnerável kkkkkk.
Á, e quais carnívoros viviam na época e na região onde o Sauropelta vivia? Se me tirasse essa dúvida, gostaria bastante 👍
Dê uma lida de novo no texto, está lá 😉
ExcluirQual era afossil dele??
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