Deinonico - a garra terrível

© Carlo Arellano

    O deinonico (do grego "garra terrível") é um dinossauro dromeossaurídeo conhecido pelas grandes garras em suas patas traseiras. Podia crescer a mais de 3,4 m de comprimento e pesar de 70 a 100 kg. Esse parente próximo do velocirraptor viveu durante o período Cretáceo, entre 115 e 108 milhões de anos atrás (final da idade Aptiana à Albiana), na América do Norte, e alimentava-se de dinossauros herbívoros, como o tenontossauro e o Zephyrosaurus.

© Mundo Pré-Histórico

    Seu crânio era equipado com maxilas poderosas e cerca de 70 dentes curvos. Tinha mãos grandes, com três garras cada. No segundo dedo de cada pé havia uma grande garra em forma de foice, com mais de 12 cm, que provavelmente era usada para perfurar presas e escalar árvores. Evidências apontam que os dromeossaurídeos, incluindo o deinonico, tinham penas, principalmente nos braços, pernas e cauda. Devia caçar saltando sobre sua vítima e agarrando-se a ela com as garras curvas, enquanto as asas e a cauda ajudavam a se equilibrar. Assim, podia se alimentar do animal enquanto este ainda estava vivo, até que morreria por perda de sangue e falha de órgãos. Interpretações iniciais de diversos fósseis de deinonico ao redor de tenontossauros afirmaram que esse predador atacava animais maiores agindo em grupo. Contudo, é possível que os carnívoros estivessem apenas alimentando-se de sua carcaça. Além do mais, análises químicas em dentes de deinonico revelaram que os filhotes tinham uma dieta diferente, composta por lagartos e outros pequenos carnívoros, o que indica que os adultos não os ajudavam a encontrar comida e que a espécie não tinha um comportamento coletivo. Como as aves e crocodilos de hoje, seus parentes evolutivos mais próximos, os deinonicos podiam viver em grupo e até atacar a mesma presa ao mesmo tempo, mas não necessariamente usando estratégias coordenadas.
    Dentre os dromeossaurídeos, o deinonico foi o primeiro a ter vestígios de ovos descobertos. Os ovos eram chocados da mesma forma que as aves atuais o fazem, utilizando o próprio calor do corpo, o que implica um metabolismo endotérmico ("sangue quente").

    Foi descoberto acidentalmente, em 1931, pelo paleontólogo Barnum Brown, que procurava por fósseis do ornitópode tenontossauro. Em 1969, um estudo sobre o deinonico, publicado por John Ostrom, acabou por revolucionar o conceito geral de dinossauro: antes disso, esses animais eram vistos como lagartos gigantes, lerdos e rastejantes. Também ajudou a trazer de volta a ideia de que as aves descendem deles. Fósseis desse raptor foram descobertos nos estados americanos de Montana, Wyoming e Oklahoma, vários deles associados com restos de tenontossauro.

Classificação científica:
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Clado: Sauropsida
Clado: Dinosauria
Clado: Saurischia
Clado: Theropoda
Família: †Dromaeosauridae
Subfamília: †Dromaeosaurinae
Gênero: †Deinonychus
Espécie: †Deinonychus antirrhopus

Enquanto caminhava, as garras no segundo dedo de cada pé eram mantidas alto do chão. Sua forma e curvatura variavam de indivíduo para indivíduo e, aparentemente, não serviam para cortar, mas para perfurar. Na imagem, esqueleto de Deinonychus no Museu Field de História Natural, em Chicago, EUA; embaixo, um esqueleto de Buitreraptor.

O deinonico é o verdadeiro astro da franquia Jurassic Park, que nos filmes é referido apenas como "raptor", em alusão ao velocirraptor, apesar de ter todas as suas características físicas baseadas no primeiro.
Crédito: (autor desconhecido)

Fontes: CNN Brasil, Mental Floss, Prehistoric Wildlife, ThoughtCo e Wikipedia.