© Todd S. Marshall |
Atualizado em maio de 2014
Os amonites (subclasse Ammonoidea, por isso também chamados de amonoides) são moluscos cefalópodes que surgiram no período Devoniano, há 409 milhões de anos, e foram extintos junto com os dinossauros, no fim do Cretáceo, 66 milhões de anos atrás. Durante a era Mesozoica, os amonites se diversificaram em uma variedade de formas e eram abundantes em todos os mares.
Jovem e adulto Dolichorhynchops caçam amonites no Mar Interior Ocidental, América do Norte. © James Kuether |
Viviam no interior de uma forte concha em espiral, de natureza carbonatada, semelhante à do atual náutilo. Suas dimensões eram muito variáveis: até meados do Jurássico, os amonites alcançavam apenas alguns centímetros; a partir de então, apareceram formas maiores, de até dois metros de diâmetro (embora raros). Conchas de amonites são fósseis comuns em formações marinhas do Mesozoico, mas pouco se sabe sobre o seu modo de vida, uma vez que o corpo mole é muito raramente preservado. Há evidências de dimorfismo sexual (diferenças de características entre os sexos), sendo as conchas dos machos, em geral, menores e mais ornamentadas que as das fêmeas.
Provavelmente viveram em mar aberto, em águas quentes e pouco profundas. Moviam-se por propulsão a jato, ou seja, expulsavam água do corpo em uma direção para se dirigir à direção oposta. Tentáculos rodeavam suas mandíbulas em forma de bico, com as quais agarravam pequenos organismos para se alimentar, como, por exemplo, pequenos peixes e crustáceos.
O nome amonite, do qual o nome científico Ammonoidea é derivado, surgiu no Egito Antigo, quando os egípcios associavam as conchas que encontravam ao deus Amon, muitas vezes retratado com cabeça e chifres de carneiro.
Classificação científica:
Reino: Animalia
Filo: Mollusca
Classe: Cephalopoda
Subclasse: † Ammonoidea
Fóssil de Echioceras encontrado em Charmouth, Inglaterra, em 2003. |
Como funcionava a concha dos amonites
Seção transversal de um amonite. © Mundo Pré-Histórico |
Os amonites viviam em conchas subdivididas em câmaras, sendo que o corpo ficava alojado na última delas, próximo à abertura. A câmara mais interna era também a mais antiga. Quando o animal crescia e precisava de mais espaço, ele construía uma cavidade maior à frente da abertura, para onde se mudava, e isolava uma nova câmara. Esse processo se repetia à medida que o amonite crescia.
As câmaras deixadas para trás serviam como tanques flutuadores. Um delicado tubo (o sifúnculo) corria através delas e permitia regular a quantidade de gás ou líquido dentro da concha, para ajustar sua posição na água como em um submarino. Bombeando ar e enchendo as câmaras com gás, o amonite se tornava leve o suficiente para flutuar bem acima do substrato marinho.
© RGBStock |
Conchas diversas
© James Kuether |
A maioria dos amonites possuía conchas com a espiral em um único plano, achatadas dos lados e perfeitamente encaracoladas. São os amonites homomorfos ("formas iguais"). Mas havia conchas parcialmente enroladas, em forma helicoidal ou, ainda, simplesmente retas. Esses amonites, que começaram a se diversificar principalmente no início do Cretáceo, são conhecidos como heteromorfos ("formas diferentes").
No Cretáceo também surgiram conchas ornamentadas de vários tipos. Algumas eram lisas, exibindo apenas linhas de crescimento. Em outras, porém, viam-se vários padrões de sulcos, costelas e espinhos.
Um dos amonites mais bizarros é o Nipponites, encontrado em rochas do Cretáceo no Japão e nos EUA. Sua concha formava um emaranhado de curvas em U. Crédito: (autor desconhecido) |
O amonite Australiceras, do Jurássico da Rússia, tinha uma concha frouxamente enrolada. |
O Turrilites, com sua concha helicoidal, viveu durante o Cretáceo. Crédito: Blume |
Fontes: Wikipedia, Enciclopédia dos dinossauros e da vida pré-histórica, Fundação Paleontológica Phoenix, National Geographic e How long did ammonites live?.
Muito bom o seu Blog, mais por exemplo se eu encontrar um fóssil de Amonite eu posso ficar com ele?
ResponderExcluirNão. No Brasil, qualquer descoberta de fóssil deve ser comunicada a alguma instituição científica, como um museu ou universidade, para que o achado seja estudado e colocado em exibição. Coletas não autorizadas e o comércio de fósseis brasileiros são considerados crimes.
Excluircomo se formam?
ExcluirNesta postagem eu explico a formação dos fósseis:
Excluirhttps://mundopre-historico.blogspot.com/2015/05/fosseis.html
Quandos anos que os amonites vivem?
ResponderExcluirAnalisando a composição química dos fósseis, os cientistas estimam que algumas espécies de amonite viviam por mais de 30 anos!
Excluirpenso q tanto tempo depois de a ciencia moderna só dar valor a medicina e direito como profissao, de que serve manter um acervo voltado a pre-historia renegada como periodo evolutivopela igreja puritana ortodoxa, isso na visao deles, as profissoes e religioes de dominio, na minha opiniao eh mais do q justo q estas pesquisas paleontologicas prossigam.
ExcluirSim, as pesquisas paleontológicas são muito importantes para entendermos as mudanças que ocorreram no nosso planeta, como a vida se desenvolveu até chegar ao que é hoje, qual é a relação entre as espécies de seres vivos e até para sabermos como lidar com nossas ações sobre o ambiente.
ExcluirQual e o tipo de reproduçao das amonites
ResponderExcluirReprodução sexuada. Assim como o náutilo nos dias atuais, os amonites deviam migrar para águas mais rasas e quentes para se reproduzir. O macho segurava a fêmea com seus tentáculos e a fecundava com um braço especialmente modificado. A fêmea, então, produzia uma cápsula com ovos e a afixava em alguma pedra ou coral. Quando os filhotes nasciam, eles se alimentavam de plâncton até que crescessem.
ExcluirParabéns! Tive de fazer um trabalho para a escola sobre as amonites e fiquei totalmente esclarecida com esta publicação.
ResponderExcluirNo Brasil tem amonites?
ResponderExcluirSim, eles viveram em todo o mundo e várias espécies já foram encontradas no Brasil.
ExcluirComo é que as amonites dasapareceram
ResponderExcluirSegundo uma pesquisa publicada em 2011 na revista Science, os amonites podem ter se extinguido quando sua principal fonte de alimento, o plâncton, entrou em decadência no final do Cretáceo, devido aos mesmos cataclismos que eliminaram os dinossauros e outros seres vivos.
ExcluirVocê disse que não pode ser comercializado, mas eu comprei um na Bahia kkk e como que eu faço pra saber se é real?
ResponderExcluirSim, a própria Constituição Federal afirma que fósseis são patrimônio cultural brasileiro e, portanto, pertencem à União, cabendo ao poder público protegê-lo.
ExcluirAcho que só um especialista para identificar se a peça é verdadeira, mas, se for, tanto quem vendeu quanto quem comprou cometeu crime. Porém, como sabemos, várias coisas no Brasil não funcionam como deveriam e a fiscalização muitas vezes não acontece, infelizmente.
Quantos milhões de anos viveram as amonites desde que apareceram até que desapareceram?
ResponderExcluir409 milhões - 66 milhões = 343 milhões de anos
ExcluirPela quantidade de câmaras no amonite dá pra saber sua idade?
ResponderExcluirSim, porém mais precisamente pelos padrões de formação dos anéis de crescimento da concha. Em um mês, duas câmaras podiam ser formadas, mas isso depende da espécie e poucas delas possuem anéis de crescimento distintos. O amonite Popanoceras do Permiano, por exemplo, levava 4 a 5 anos para terminar de construir sua concha, mas provavelmente ele viveu mais do que isso.
Excluircomo o fossil foi formado?
ResponderExcluirLeia essa postagem para descobrir:
Excluirhttps://mundopre-historico.blogspot.com/2015/05/fosseis.html
motivo da sua extinçao?
ResponderExcluirComo eu havia respondido em outro comentário: segundo uma pesquisa publicada em 2011 na revista Science, os amonites podem ter se extinguido quando sua principal fonte de alimento, o plâncton, entrou em decadência no final do Cretáceo, devido aos mesmos cataclismos que eliminaram os dinossauros e outros seres vivos.
ExcluirTer Fósseis em casa e etc é ilegal ? Se sim por que?
ResponderExcluirNo Brasil, sim, a posse e a venda de fósseis são proibidas por lei. Fósseis brasileiros são considerados parte do patrimônio cultural e natural do País.
ExcluirMas por exemplo, os nautilóides são do mesmo grupo que as amonites e não se extinguiram porquê?
ResponderExcluirPergunta interessante. Acontece que, apesar de ambos pertencerem à classe Cephalopoda, nautiloides e amonites são grupos diferentes e, portanto, possuem características diferentes. Há um estudo que propõe que as espécies de amonites do final do Cretáceo tinham distribuições geográficas reduzidas em comparação aos nautiloides. Além disso, ao contrário destes, que vivem em águas profundas, os amonites viviam mais próximo da superfície, alimentando-se de plâncton, portanto mais vulneráveis às mudanças ambientais do final do Mesozoico, que os afetaram diretamente e a suas fontes de alimento.
ExcluirSeu texto me foi muito esclarecedor! Está de parabéns! Uma dúvida de amadora: onde encontrar amonites no Brasil? (Ex.: em praias, ou outros tipos de formações geológicas...)
ResponderExcluirMuito obrigado, Geórgia! Fósseis são encontrados em rochas sedimentares e, apesar de serem difíceis de encontrar, eles ocorrem mais facilmente em formações rochosas expostas e pedreiras. Não necessariamente em praias, mas em locais que já foram cobertos pelo mar algum dia.
ExcluirBlog sensacional
ResponderExcluirMuito obrigado, Renan!
ExcluirAmmonites poderiam andar na terra ?
ResponderExcluirNão, eles eram animais adaptados a viver na água.
ExcluirQual era o tamanho de um amonite?
ResponderExcluirO tamanho depende da espécie, que foram muitas, mas, como falei no texto, variava de alguns centímetros a até 2 m de diâmetro.
ExcluirQuanto pesava um amoite?
ResponderExcluirDa mesma forma que o tamanho desses animais, seu peso variava bastante conforme a espécie, de alguns gramas a mais de uma tonelada!
Excluireu acho que achei um na praia! desconfiei q era e trouxe pra casa para pesquisar. ele parece tão bem conservado… não sei se é real ou não. ele parece o australiceras!
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