07 novembro 2018

Pterodaustro, o pterossauro filtrador

Crédito: Luis V. Rey

    O Pterodaustro ("asa do sul", do grego pteron, "asa", e do latim de austro, "do sul") é um pterossauro que viveu no início do Cretáceo, há cerca de 105 milhões de anos, na América do Sul. Atingia, em média, 2,5 m de envergadura e 4,5 kg. Vivia próximo a lagos e provavelmente era ativo no período noturno. Além de ter sido o primeiro pterossauro sul-americano encontrado, é o único conhecido que se alimentava por filtração, como os flamingos modernos.

© Mundo Pré-Histórico

    O focinho bastante comprido curvava-se fortemente para cima, e a mandíbula continha milhares de dentes modificados em forma de cerdas, que projetavam-se para fora da boca. Os dentes mediam 3 cm e, com uma espessura de apenas 0,2 a 0,3 mm, deviam ser flexíveis. Esse estranho arranjo das maxilas permitia que o Pterodaustro enchesse o bico de água e a drenasse através das cerdas, retendo na boca somente crustáceos, plâncton, algas e outras criaturas pequenas. Uma vez capturado, o alimento era esmagado pelos pequenos dentes arredondados da maxila superior.
    Seu tronco alongado e os pés largos eram adaptados para nadar, mas, por causa do corpo e o pescoço compridos e as pernas relativamente curtas, o Pterodaustro devia ter dificuldades para alçar voo. Desse modo, ele precisava decolar em um ângulo baixo e em áreas abertas, muito semelhante aos gansos e cisnes de hoje. Os ovos desse animal eram alongados, medindo 6 por 2,2 cm; os filhotes cresciam rápido em seus dois primeiros anos de vida, período em que atingiam metade do tamanho máximo e chegavam à idade adulta, mas continuavam a crescer mais lentamente durante quatro ou cinco anos.
    Os primeiros fósseis de Pterodaustro foram descobertos no final dos anos 1960, na Patagônia argentina, onde mais de 750 espécimes já foram coletados. Mais tarde, o gênero foi encontrado também no Chile. Nomeada em 1969, por José Bonaparte, Pterodaustro guinazui é a espécie mais bem conhecida de pterossauro, com exemplares de todas as faixas etárias, de ovos a adultos. Dois espécimes possuem gastrólitos preservados, os primeiros já relatados em um pterossauro.

Classificação científica:
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Clado: Sauropsida
Ordem: †Pterosauria
Subordem: †Pterodactyloidea
Família: †Ctenochasmatidae
Gênero: †Pterodaustro
Espécie: †Pterodaustro guinazui

Crânio de Pterodaustro.
Como os flamingos têm coloração rosada porque absorvem pigmentos dos crustáceos de que se alimentam, já foi sugerido que o Pterodaustro também pode ter sido cor-de-rosa.
© Museu Americano de História Natural, 2014

Fontes: American Museum of Natural HistoryPrehistoric Wildlife, Pteros e Wikipedia.

6 comentários:

  1. Poderia me citar algum crustáceo que existia na época, os próprios caranguejos já estavam vivos ?
    Gosto muito de saber em detalhes como era a alimentação destes animais.😁

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    1. A maioria dos grupos de crustáceos que conhecemos já haviam surgido muito tempo antes, ainda na era Paleozoica. Camarões e caranguejos também já existiam, mas eram um pouco mais recentes - surgiram no Jurássico.

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  2. Ele era parente do dsugaripteros?

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    1. Um parente muito distante. Ambos são pterossauros pterodactiloideos (Pterodactyloidea), mas o Dsungaripterus pertence ao grupo Eupterodactyloidea, enquanto o Pterodaustro pertence a Archaeopterodactyloidea e tem como um parente mais próximo o Ctenochasma.

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  3. O pterodaustro pode ter vivido também no Brasil?

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    1. Não deixa de ser uma possibilidade, se considerarmos a região Sul do Brasil.

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