Alioramos dispersam um bando de Olorotitan. © Jaime A. Chirinos, 2018 |
Atualizado em dezembro de 2020
O alioramo ("ramo diferente", do latim alius, "outro", e ramus, "ramo") é um dinossauro terópode do Cretáceo Superior da Ásia. Viveu na idade Maastrichtiana, entre 72 e 66 milhões de anos atrás. É um dos menores tiranossaurídeos, grupo que inclui o tiranossauro e o tarbossauro, mas, como os espécimes conhecidos são de indivíduos jovens, seu tamanho máximo é difícil de precisar. Mesmo assim, um alioramo tinha aproximadamente metade do tamanho de um tiranossauro de mesma idade - o que é possível saber por meio do número de anéis de crescimento em seus ossos. A espécie Alioramus remotus é estimada em 5,5 a 6 m de comprimento e 500 a 700 kg; Alioramus altai, em 5 m e 385 kg.
Esse predador bípede distingue-se de seus parentes mais próximos por seu corpo delgado, com pernas proporcionalmente mais longas, e provavelmente o nicho ecológico que ocupou. O crânio do alioramo tem o formato típico do encontrado em tiranossauroideos mais primitivos e nos indivíduos jovens de tiranossaurídeos maiores: longo e baixo, ele ancorava músculos mais fracos para morder. Na boca, possuía 76 a 78 dentes de tamanho moderado, mais do que qualquer outro dinossauro de sua família. O grande número de dentes igualmente espaçados formava uma área maior para prender a presa. Portanto, o alioramo devia contar com sua velocidade e agilidade para caçar animais mais rápidos e sem armadura. Ele caracteriza-se também por duas outras características incomuns: uma fileira de cinco a oito proeminências ósseas sobre o focinho, que eram irregulares e mediam 1 cm de altura; e bolsas de ar no interior do crânio, que ajudavam a reduzir o peso da cabeça.
Habitava as várzeas cobertas por florestas de araucárias e cortadas por rios e lagos, na região central da Ásia, onde conviveu com o saurolofo, o Saichania, o prenocéfalo, o Opisthocoelicaudia, o nemegtossauro, o terizinossauro, o tarbossauro, o galimimo e diversos ovirraptorossauros. Peixes, tartarugas, crocodilianos, mamíferos e aves também compunham o ecossistema. Seu maior competidor seria seu parente tarbossauro, duas vezes maior, porém diferenças no formato do crânio, no tamanho e na estrutura dos dois animais indicam que eles tinham comportamentos e preferências alimentares distintas, o que lhes permitia viver lado a lado.
O gênero Alioramus atualmente contém duas espécies. A espécie-tipo, A. remotus, é conhecida por um crânio parcial e três metatarsos (ossos do pé), encontrados na Formação Nemegt, no deserto de Gobi, Mongólia, no início dos anos 1970. Estes fósseis foram batizados e descritos pelo paleontólogo soviético Sergei Kurzanov, em 1976. O crânio era tão diferente do de outros tiranossaurídeos que Kurzanov achou que o animal pertenceria a uma linhagem bastante distante dos membros dessa família e o nomeou de acordo - Alioramus remotus significa "outro ramo [evolutivo] remoto". A segunda espécie, A. altai ("das montanhas Altai"), conhecida por meio de um esqueleto muito mais completo, foi descoberta em 2001 e nomeada em 2009, por Stephen L. Brusatte e colegas. A descoberta do alioramo mostrou que havia muito mais diversidade anatômica e ecológica entre os tiranossaurídeos do que se pensava: nem todos eram superpredadores, alguns eram pequenos e esguios.
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Clado: Dinosauria
Clado: Saurischia
Clado: Theropoda
Família: †Tyrannosauridae
Filo: Chordata
Clado: Dinosauria
Clado: Saurischia
Clado: Theropoda
Família: †Tyrannosauridae
Subfamília: †Tyrannosaurinae
Tribo: †Alioramini
Gênero: †Alioramus
Gênero: †Alioramus
Espécies: †Alioramus remotus e †A. altai
Alioramus remotus Crédito: Frederic Wierum, 2015 |
Crânio de Alioramus remotus com 81 cm de comprimento. Foto: Bonhams, 2009 |
Fontes: A long-snouted, multihorned tyrannosaurid from the Late Cretaceous of Mongolia (BRUSATTE, Stephen et al., 2009), Australian Museum, Natural History Museum, Prehistoric Wildlife e Wikipedia.
Aí sim! Esperei muito, como sempre foi um ótimo trabalho bem feito!
ResponderExcluirValeu! ✌🏻
ExcluirPoderia botar informações do Stygimoloch ?
ResponderExcluirTem uma postagem sobre ele já! Mas preciso fazer algumas alterações, pois o Stygimoloch agora vem sendo considerado a forma mais jovem do Pachycephalosaurus.
ExcluirFelipe, você já pensou em fazer postagens com lutas de animais pré-históricos, mas tipo, lutas que teriam acontecido na vida real. Tiranossauro x Triceratops, alossauro x ceratossauro, nesse tipo?
ResponderExcluirMuita gente me pede no meu canal, mas lá eu faço lutas entre animais modernos que realmente acontecem e foram documentadas, tipo, domingo mesmo sai tigres x ursos.
Não, nunca pensei em fazer isso. Já vi em alguns lugares, mas eu acho que, no caso de animais extintos, muitas vezes é uma coisa muito especulativa, pois envolve uma série de fatores a se considerar e, mesmo assim, não poderíamos ter certeza. Sei que várias pessoas gostam de imaginar como seria o encontro de duas feras pré-históricas, mas prefiro mostrar quais seriam as relações entre as espécies de um mesmo ecossistema, como os paleontólogos procuram entender, em vez de forjar duelos épicos que dificilmente ocorreriam na natureza (o confronto entre dois superpredadores, por exemplo). Desculpe, não estou falando do seu trabalho, mas é o que vejo por aí.
ExcluirAgora, as interações documentadas em fósseis são detalhes que estou buscando trazer cada vez mais. Isso, sim, acho muito interessante.
Sim, eu entendi, não precisa de desculpar. Eu sempre falo isso para os meus inscritos, mas eles não entende e sempre me pedem. Agora, as lutas que trago realmente acontecem e foram documentadas, ah exemplo da onça-pintada e jacarés. Mesmo assim parace que eu falo uma coisa e sai outra nos ouvidos deles. 😅
ExcluirKkkkk. Mas é isso aí, muito boa iniciativa!
ExcluirValeu, hehe!
ExcluirNo documentário “Planeta Dinossauro” se mostram as comprovações de embates entre o carcarodontossauro e o espinossauro. Prova: marcas de dente de carcarodontossauro no espinho dorsal do oponente
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