13 junho 2017

Titanoboa, a serpente monstruosa

© Vlad Konstantinov

    A titanoboa ("jiboia titânica") é a maior serpente já descoberta, superando a segunda maior (Gigantophis) por quase cinco metros. Rastejou em nosso planeta entre 60 e 58 milhões de anos atrás, na época Paleocena, pouco depois do desaparecimento dos dinossauros. Suas dimensões assustadoras chegavam a 14,6 m de comprimento, até 1 m de diâmetro e pesava mais de 1 tonelada - digna de um filme barato de terror. Ancestral das jiboias e sucuris modernas, devia matar suas pesas por asfixia também.

© Mundo Pré-Histórico

    Como uma serpente constritora, a titanoboa não era venenosa. Ao atacar, dentes finos como agulhas e bastante recurvados penetravam na carne da presa e impediam que ela escapasse. Segurando firmemente, então, enrolava seu corpo ao redor do animal e apertava até sufocá-lo. Com um corpo extremamente musculoso, até uma titanoboa de tamanho moderado seria capaz de exercer, com pouco esforço, pressões extremas contra os pulmões da presa. O material fóssil conhecido do crânio mostra uma estrutura similar à da sucuri, com maxilas móveis e expansíveis.
    O ataque podia durar apenas alguns minutos, porém, uma vez que a vítima estivesse no estômago, a digestão poderia levar meses, dependendo do tamanho do animal. Apesar de conseguir dar um bote rápido quando escondida em meio à vegetação baixa, a titanoboa era especialmente perigosa quando em água, onde podia mover sua enorme massa com maior facilidade. Segurando a respiração por um tempo considerável, permanecia no fundo do rio, esperando a aproximação de alguma presa. Atacava desde aves, mamíferos, peixes pulmonados e serpentes menores até crocodilos e, possivelmente, cágados gigantes (embora estes seriam presas muito mais difíceis).
    Viveu nas florestas tropicais e pantanosas do norte da América do Sul do Paleoceno, entrecruzadas por um extenso sistema de rios. O tamanho da titanoboa sugere que a temperatura global era mais alta na época, pois os répteis de "sangue frio" dependem do calor do ambiente para sobreviverem e, por isso, tendem a se tornar maiores somente em ambientes mais quentes. Da mesma forma, ela teria se extinguido quando o clima tornou-se gradualmente mais ameno. Fósseis de 28 indivíduos foram descobertos em minas de carvão de La Guajira, em 2009, na Formação Cerrejón, norte da Colômbia.

Classificação científica:
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Reptilia
Ordem: Squamata
Subordem: Serpentes
Família: Boidae
Subfamília: Boinae
Gênero: †Titanoboa
Espécie: †Titanoboa cerrejonensis

Comparação entre uma vértebra fossilizada de Titanoboa e uma vértebra correspondente de uma jiboia-constritora atual (Boa constrictor).
© Jason Head / Universidade de Toronto, Canadá
Réplica em tamanho real de Titanoboa, em exibição do Instituto Smithsoniano, EUA.

Fontes: Mundo dos AnimaisPrehistoric WildlifeSmithsonian.comSnake Facts e Wikipedia.

24 comentários:

  1. Anônimo20/6/17

    Muito obrigado por postar, ficou fantástico!!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Por nada! Fico feliz que tenha gostado. Volte sempre!

      Excluir
  2. Muito bom, eu tava mesmo querendo saber mais sobre ela

    ResponderExcluir
  3. Acho que essa aí era a inspiração para a famosa cobra norato (mito com várias versões na região mencionada no texto).

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Pode até ser, mas eu acho que essa história foi baseada em animais da região amazônica de tempos mais recentes. A Titanoboa viveu há 60 milhões de anos, muito antes de qualquer ser humano ter surgido. Mas é uma possibilidade, sim, se considerarmos restos fossilizados como uma possível origem para a lenda.

      Excluir
  4. Anônimo31/1/18

    ela poderia comer um rato com uma bocada ou usaria o estrangulamento

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Acho que um rato nem faria cócegas no estômago da Titanoboa.

      Excluir
    2. vcs seria comidos por ele e teria menos ignorância no mundo pq ela não ia comer um ratinhp de 5 cm

      Excluir
  5. Ela eh inimaginável. Pensa ver um bicho desse se alimentando? O filme de terror mais assustador da história do mundo. Kkkkkkkkk, ótimo artigo, obrigado pela postagem!

    ResponderExcluir
  6. Anônimo7/6/19

    Excelente artigo, aliás, mais outro excelente artigo dentre muitos que tem por aqui. Parabéns pelo blogue! Apenas uma coisa eu gostaria de comentar, no Brasil, não usamos o nome anaconda, usamos sucuri, pois anaconda é um nome indiano que estrangeiros usam para essa cobra. Com certeza você sabe que os nomes que usamos para a fauna brasileira são diferentes dos nomes que estrangeiros usam para os mesmos animais. É só um pequeno comentário, rsrs. Seu trabalho é excelente. Parabéns!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ah sim, obrigado pelo apontamento. Embora sejam sinônimas, a palavra sucuri realmente é mais usada no Brasil. E muito obrigado pelo elogio!

      Excluir
    2. Anônimo29/4/20

      Olá Felipe.
      Só uma curiosidade:
      Vc cursa o ensino superior?
      Ou já terminou?
      Ou nunca cursou?

      Excluir
    3. Olá! Sim, eu tenho formação em um curso tecnólogo e atualmente estou cursando Arquitetura e Urbanismo. É uma área totalmente diferente, mas sempre gostei de ler e pesquisar sobre dinossauros e animais pré-históricos.

      Excluir
  7. Pedro Agusto26/9/19

    Muito bom o trabalho. Encontrei o site procurando por mais detalhes sobre os períodos hadeano e arqueano. Acabei encontrando não só informação, mas também um rico conteúdo e curiosidades. Favoritando.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Muito obrigado, Pedro Agusto! Se quiser, siga o blog no Facebook também!

      Excluir
  8. Artigo incrível, sinceramente, só me surpreendo a cada pesquisa. Parabéns, aliás, já que citou a Gigantophis, faz um artigo sobre ela

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Muito agradecido, Nautilus Curioso! Vou fazer sim.

      Excluir
  9. Ola, eu estou usando essa postagem em um roteiro de um vídeo para meu canal. Prometo que deixarei os créditos. Esta muito bem escrito. Se importa?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá! Se for citar os créditos, tudo bem. Pode usar, sim! Obrigado!

      Excluir

Todos os comentários passam por aprovação do autor.
Comentários incoerentes ou ofensivos não serão publicados, mas críticas e sugestões são bem-vindas.