10 novembro 2017

Lepidodendro, a árvore com escamas

© DeAgostini / Getty Images

    Lepidodendron (do grego lepido, escama, e dendron, árvore) é um gênero extinto de planta primitiva, vascular e arborescente, da divisão Licopodiófitas (Lycopodiophyta). Podia alcançar 40 m de altura, e seu tronco media até 2 m de diâmetro. Viveu de 383 a 205 milhões de anos atrás, na América do Norte, Europa, Ásia, Austrália e Indonésia. Fazia parte das extensas florestas tropicais do Carbonífero, crescendo em aglomerações densas nas regiões pantanosas. Sobreviveu ainda no Permiano, mas suas populações já entravam em declínio.

© Mundo Pré-Histórico

    Durante a maior parte de sua vida, o lepidodendro crescia em uma única haste, com uma coroa de folhas que brotavam no topo, e, quando atingia maturidade, formava uma pequena copa de ramos bifurcados. As folhas eram longas e estreitas, arranjadas em espiral ao redor dos ramos. Conforme a planta crescia, as folhas caídas deixavam cicatrizes na superfície do tronco, em forma de diamante, formando padrões que lembravam as escamas de um réptil. Esses nódulos eram feitos de tecidos fotossintetizantes e possuíam estômatos (poros microscópicos que permitem trocas gasosas entre a planta e a atmosfera). Dessa forma, troncos de lepidodendro seriam verdes, diferentemente das árvores atuais. Compostas principalmente de tecidos macios, essas plantas produziam pouca madeira. O sustento estrutural vinha de uma camada grossa do tronco, semelhante a uma casca, mas flexível o suficiente para dilatar à medida que o tronco aumentava em espessura.
    Estima-se que o lepidodendro crescia rápido e vivia de 10 a 15 anos. A maioria das espécies era monocárpica, ou seja, se reproduzia apenas uma vez na vida. Os ramos da planta adulta formavam estruturas em forma de cone, que produziam esporos encapsulados. A reprodução ocorria com alternância de gerações.
    Fósseis de lepidodendro, com seu distinto tronco cheio de "escamas", são alguns dos fósseis mais interessantes e comuns nos depósitos de carvão e xisto argiloso do Carbonífero, especialmente da idade Pensilvaniana. Entre o final desse período e o início do Permiano, porém, o clima mais seco levou as licopodiófitas gigantes à extinção. Provavelmente, a circulação de água e nutrientes pelo longo caule da planta não era eficiente sob as novas condições ambientais.

Classificação científica:
Reino: Plantae
Divisão: Lycopodiophyta
Classe: Isoetopsida
Ordem: †Lepidodendrales
Família: †Lepidodendraceae
Gênero: †Lepidodendron
Espécies: †Lepidodendron aculeatum, †L. obovatum e †L. batovii

Na nomenclatura paleobotânica, cada parte da planta recebe um nome específico, pois os fósseis geralmente são encontrados em fragmentos isolados, o que torna complicado, muitas vezes, atribuí-los a um gênero ou família. Na imagem, os nomes de cada parte de Lepidodendron.
Tronco fossilizado de lepidodendro.

Fontes: Encyclopedia BritannicaEncyclopedia of LifePalaeos PlantsUniversity of Waterloo e Wikipedia.

11 comentários:

  1. renato pontes29/7/21

    por que você não faz mais postagens de plantas?

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    1. Achei que elas não tiveram tanta repercussão quanto as postagens de animais e acabei as deixando um pouco esquecidas. Mas prometo que vou falar mais delas!

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  2. Anônimo6/10/23

    Essas árvores são muito assustadores 💀

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  3. Carlos Rodrigo10/10/23

    Essas são as mesmas espécies encontradas fossilizadas em Ortigueira no Paraná?

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    1. Não exatamente a mesma espécie, mas são muito parecidas. Os espécimes de Ortigueira foram descritos como semelhantes ao gênero Brasilodendron, uma planta do mesmo grupo do lepidodendro.

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  4. Anônimo16/10/23

    As pessoas no ttk surtaram por causa dessa árvore kk

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    1. Isso explica o súbito interesse por esse artigo!

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  5. Anônimo5/12/23

    Que engraçado! Tem muitas dessas no meu jardim!

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  6. Anônimo1/1/24

    O que devo fazer se eu ver uma dessas por aí?

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    1. Fique bem longe dela ou você poderá cair em uma fenda temporal!

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  7. Anônimo10/1/24

    O tamanho delas comparado com um humano é muito assustador

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