21 fevereiro 2018

Arandaspis, um antigo e estranho peixe

Crédito: Christian Darkin

    Arandaspis ("escudo de Aranda") é um gênero extinto de peixe sem mandíbula, que viveu no início do período Ordoviciano, em torno de 480 a 470 milhões de anos atrás. Descoberto na Austrália, seu nome vem de uma tribo aborígene local, a Aranda. Media cerca de 15 cm de comprimento e é um dos peixes ordovicianos mais bem conhecidos.

© Mundo Pré-Histórico

    Possuía um corpo largo e alongado, recoberto por fileiras de escamas nodosas. A cabeça e a frente do corpo eram protegidas por dois escudos rígidos feitos de tecido ósseo fino, com aberturas para os olhos, boca e guelras. O restante do esqueleto era composto apenas por uma corda dorsal cartilaginosa. Desprovido de maxilas móveis, o Arandaspis provavelmente era um organismo filtrador, ou seja, que alimentava-se de partículas de matéria orgânica no fundo do mar. Possuía uma única barbatana no final da cauda achatada. Esta era seu único meio de propulsão, já que não tinha nadadeiras - como resultado, devia nadar de maneira similar a um girino. Sulcos nas laterais da cabeça indicam a presença de um sistema de linhas laterais, órgão sensorial típico dos peixes que detecta vibrações na água. Havia também dois pequenos furos entre os olhos, que seriam aberturas dos chamados olhos pineais, extensões de uma glândula cerebral que regula hormônios com base na incidência de luz.
    Restos de Arandaspis foram encontrados em Alice Springs, na região central da Austrália, em 1959, mas não foram identificados como o mais antigo vertebrado conhecido até a década seguinte. A espécie Arandaspis prionotolepis foi nomeada por Dr. Alex Ritchie e Joyce Gilbert-Tomlinson, em 1977.

Classificação científica:
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Superclasse: Agnatha
Classe: †Pteraspidomorphi
Família: †Arandaspididae
Gênero: †Arandaspis
Espécie: †Arandaspis prionotolepis

Molde fossilizado de Arandaspis, encontrado em Alice Springs, Austrália.
Crédito: cortesia de Robert Jones, Museu Australiano, Sydney.
Crédito: Masato Hattori

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