26 janeiro 2018

Gliptodonte, o tatu encouraçado

Crédito: Pavel Riha, 2005

    O gliptodonte (do grego "dente estriado") é um grande mamífero, parente dos tatus, que viveu durante o Pleistoceno até o início do Holoceno, de 2,5 milhões a 11 mil anos atrás. Surgiu na América do Sul e posteriormente migrou para a América Central. Com sua armadura óssea arredondada e patas atarracadas, sua aparência lembra superficialmente um jabuti, mas chegava a 3 m de comprimento, 1,5 m de altura e 1 tonelada.

© Mundo Pré-Histórico

    O gliptodonte tinha o corpo recoberto por uma couraça, composta por mais de mil pequenos osteodermes (calombos ósseos) fusionados, com uma espessura de 2,5 cm. Cada espécie tinha um padrão único de osteodermes e formato de casco. Outras ossificações embutidas na pele espalhavam-se sobre a face, as pernas e o ventre, ajudando a proteger o animal. Sua cauda flexível também era revestida por anéis de placas ósseas e podia ser utilizada como arma. Além de servir para defender-se de predadores, evidências sugerem que ela era empregada principalmente quando os machos brigavam entre si. Cálculos indicam que a cauda era capaz de quebrar a couraça de outros indivíduos.
    Uma blindagem tão massiva exigia suporte considerável, o que era desempenhado por vértebras fundidas, membros robustos e uma cintura escapular larga. O gliptodonte não conseguia recolher a cabeça para dentro da carapaça, mas tinha um escudo ósseo no topo do crânio. A estrutura de seu corpo limitava sua dieta a vegetação baixa; sua mandíbula era restrita a movimentos laterais, porém os dentes serrilhados e músculos fortes nas bochechas eram bastante eficientes para triturar as folhas mais duras.
    Restos desse mamífero já foram encontrados no Brasil, no Uruguai e na Argentina; o gênero foi nomeado por Richard Owen, em 1839. Das espécies descobertas no Brasil, Glyptodon clavipes é a que tem a maior distribuição: viveu no norte, nordeste e sudeste do País. Glyptodon reticulatus só foi encontrado na região sul. Seus habitats variavam de florestas quentes e úmidas a pastagens abertas e frias. Há indícios de que humanos caçavam gliptodontes e podem inclusive ter usado as carapaças como abrigo para o frio. A predação humana, juntamente com mudanças climáticas, pode ter sido uma das causas de sua extinção.

Classificação científica:
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Superordem: Xenarthra
Ordem: Cingulata
Família: Chlamyphoridae
Subfamília: †Glyptodontinae
Gênero: †Glyptodon
Espécies: †Glyptodon clavipes, †G. elongatus, †G. euphractus, †G. munizi, †G. petaliferus, †G. reticulatus e †G. rivapacis

Esqueleto e armadura de Glyptodon no Museu de História Natural de Berlim, Alemanha. 
© Roman Yevseyev, 2014

Fontes: Prehistoric FaunaPrehistoric WildlifeThoughtCo e Wikipedia.

8 comentários:

  1. Dps faz do Doedicurus, please. :)

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  2. Faz por favor uma pesquisa sobre xenoriterio.Please

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    1. Você quis dizer xenorrinotério. Animal interessante, posso escrever sobre ele.

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  3. Eu já considero o tatu-canastra um bicho enorme, imagina o gliptodonte, kkka

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