© Zhao Chuang, 2014 |
Ikrandraco é um gênero de pterossauro pterodactiloideo que viveu há 120 milhões de anos, durante a idade Aptiana do Cretáceo Inferior, na Ásia e na Europa. Seu nome significa "dragão ikran", uma homenagem à espécie fictícia de criatura voadora do filme Avatar, devido à sua notável crista na extremidade da mandíbula. Ele media cerca de 70 cm de comprimento e 1,5 m de envergadura.
© Mundo Pré-Histórico (Baseado nas reconstruções de Cisiopurple, 2022, e Fabrizio de Rossi) |
Distingue-se por um crânio bastante baixo e alongado, com uma crista semicircular proeminente, abaixo da maxila inferior - configuração não vista em nenhum outro pterossauro conhecido. A função da crista devia ser principalmente para exibição e, por isso, pode ter sido colorida em vida. Cada lado da maxila superior carrega 21 dentes pequenos, finos e cilíndricos, comumente encontrados em animais piscívoros, enquanto cada lado da mandíbula tem 19 dentes. O animal provavelmente era um bom voador, devido às asas longas e aos ossos com inserções para músculos bem desenvolvidos, mas, por outro lado, suas pernas são fracas, o que o tornaria desajeitado ao caminhar.
O Ikrandraco viveu em uma região quente, repleta de formas de vida, incluindo dinossauros (como microrraptor e psitacossauro), aves (como Yanornis, Jeholornis, Sapeornis e confuciusórnis), mamíferos, sapos, tartarugas, várias espécies de plantas e outros pterossauros (como Chaoyangopterus, Guidraco e Liaoningopterus). Alimentava-se de pequenos peixes de água doce, os quais capturava, acredita-se, deslizando a mandíbula através da superfície dos lagos, como um talha-mar moderno (Rynchops niger). A crista podia agir também para reduzir o arrasto na água e ajudar o animal a manobrar durante o voo. Em sua margem posterior, ela possui uma saliência em forma de gancho, que devia ancorar uma bolsa na garganta (saco gular), como a dos pelicanos, útil para armazenar o alimento.
O crânio do Ikrandraco mede cerca de 28 cm, a crista tem 13 cm de comprimento, e os dentes, 1 cm. © Zhao Chuang, 2014 |
Duas espécies de Ikrandraco são conhecidas. Ikrandraco avatar (outra referência clara ao filme) é representada por dois esqueletos parciais encontrados em rochas da Formação Jiufotang, em Liaoning, nordeste da China. Foi descrita em 2014, por Wang Xiaolin e colegas. A segunda espécie, Ikrandraco machaerorhynchus ("focinho de sabre" em grego), baseia-se em um pedaço de mandíbula descoberto na unidade geológica de Cambridge Greensand, na Inglaterra, ainda no final do século XIX. Esse fragmento, porém, já foi atribuído a diversos outros gêneros de pterossauro - Ptenodactylus (hoje inválido; não confundir com Pterodactylus), Ornithocheirus, Lonchodectes (gênero duvidoso) e Lonchodraco - antes de ser finalmente colocado no gênero Ikrandraco, em 2020.
Classificação científica:
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Clado: Sauropsida
Ordem: †Pterosauria
Subordem: †Pterodactyloidea
Clado: †Ornithocheiromorpha
Clado: †Lanceodontia
Família: †Lonchodraconidae
Gênero: †Ikrandraco
Espécies: †Ikrandraco avatar e †I. machaerorhynchus
A e B - fotografia e ilustração do espécime holótipo de I. avatar; C e D - fotografia e ilustração do segundo espécime (parátipo) de I. avatar. Crédito: WANG et al., 2014 |
Crédito: Peter Montgomery, 2019 |
Gente, esses paleontólogos estão muito geek e pop agora, viu? Kkkkk! Não bastasse o Targaryendraco, agora temos o Ikrandraco. Adorei! *-*
ResponderExcluirEm 2022 também nomearam um carcarodontossaurídeo como Meraxes, e tem o abelissaurídeo brasileiro Thanos!
ExcluirVerdade, ainda tem esses dois. Principalmente o Meraxes, sendo assim, quero um dinossauro chamado Caraxes para ontem! Aliás, ótima postagem, Felipe.
ExcluirKkkk. Valeu!
ExcluirOpa! o que aconteceu com as postagens do Tiranossauro e do Tarbossauro? parece que sumiram
ResponderExcluirSe você está falando do menu "Dinossauros e Aves", os dois continuam lá, só que agora estão um pouco mais para baixo, em "Celurossauros". Fiz algumas alterações para dividir melhor os dinossauros, mas também estou atualizando essas duas postagens!
ExcluirFelipe, você conhece algum artigo que fala sobre a flora e clima da Sardenha durante o Pleistoceno, ou até mesmo do Mediterrâneo em geral? Já rodei a Internet inteira e não achei nada.
ResponderExcluirNão conheço. Mas já tentou pesquisar no Google Acadêmico? Com termos em inglês também se encontra mais coisas.
ExcluirFelipe, você poderia me dizer em quanto tempo o Dryptosaurus viveu? Eu fui no Site do Museu de História Natural e olha essa, 84 - 65 MA!
ResponderExcluirO gênero Dryptosaurus já teve muitas espécies atribuídas a ele no passado, por isso sua distribuição geográfica e temporal costumava ser considerada maior. Segundo a página em inglês da Wikipédia (que, apesar de tudo, é sempre a mais atualizada quando o assunto é paleontologia), o Dryptosaurus viveu há 67 milhões de anos.
Excluirhá quanto tempo n vinha aqui
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