Crédito: (autor desconhecido) |
O Carbonífero, ou Carbônico, é o período do tempo geológico compreendido entre cerca de 359 e 299 milhões de anos atrás. Dentro da era Paleozoica, sucede o período Devoniano e precede o Permiano. É subdividido em duas épocas: Mississippiano e Pensilvaniano, de acordo com os estratos rochosos encontrados na América do Norte.
Tabela do tempo geológico em escala. © Mundo Pré-Histórico |
No início do Carbonífero, um aumento no nível dos oceanos alagou muitas terras baixas, criando mares litorâneos rasos. Porém, esse efeito se reverteu em meados do período, há cerca de 323 milhões de anos. A mudança no nível do mar causou considerável extinção da fauna marinha, principalmente entre crinoides (lírios-do-mar) e amonites. Gonduana, o supercontinente do Hemisfério Sul, passou a sofrer uma forte glaciação, coberto por uma espessa camada de gelo, enquanto as regiões equatoriais mantinham-se com um clima quente e úmido o suficiente para o desenvolvimento de pântanos e florestas exuberantes. Ao longo do período, as massas de terra de todo o planeta se uniram para formar a Pangeia, o continente único que resistiu até a era seguinte. Montanhas erguiam-se conforme os continentes colidiam.
Os mares eram povoados por peixes ósseos e uma variedade de tubarões. Crinoides, braquiópodes, briozoários, amonites, gastrópodes, bivalves e recifes de coral também continuavam abundantes. Em terra, a vida já estava bem estabelecida. Artrópodes diversificaram-se rapidamente (libélulas, milípedes, aracnídeos), vários deles atingindo proporções gigantescas. Isso era possível por causa da quantidade maior de oxigênio na atmosfera (35%, contra 21% nos dias de hoje).
Os primeiros répteis surgiram há 340 milhões de anos. Porém, os vertebrados terrestres dominantes eram os anfíbios, que haviam surgido no Devoniano, a partir dos peixes pulmonados. Eles estavam no topo da cadeia alimentar e predavam insetos e peixes; alguns mediam vários metros de comprimento. Embora já possuíssem patas e conseguissem respirar ar, ainda dependiam do meio aquático para se reproduzir.
Vastas porções de florestas cobriam terreno, com árvores de até 40 m de altura. Predominavam as pteridófitas, plantas que não se reproduzem por sementes, mas por esporos. Havia licófitas, esfenófitas, fetos arbóreos e samambaias. No final do Carbonífero, surgiram as primeiras plantas com sementes, como as pteridospermas (samambaias com sementes), coníferas (que produzem cones, a exemplo dos pinheiros), as ginkgófitas (família do ginkgo) e as cicadófitas (atualmente muito apreciadas para ornamentação).
Quando o clima se tornou mais frio e seco, no entanto, as florestas tropicais se fragmentaram e ficaram restritas a apenas algumas regiões. Sua diversidade também diminuiu, resultando em uma paisagem dominada por fetos e plantas mais baixas. A decomposição da abundante matéria vegetal, ao longo do tempo, deu origem aos depósitos de carvão mineral que hoje são extraídos pela indústria. O nome "Carbonífero", inclusive, deve-se às grandes quantidades de carvão encontradas em rochas da Inglaterra que datam dessa época.
O colapso das florestas tropicais atingiu principalmente os anfíbios, restritos aos ambientes úmidos. Enquanto isso, os répteis desenvolviam importantes adaptações para sobreviver em condições mais áridas: pele coberta de escamas, que protegia contra a desidratação, e o ovo amniótico, dotado de uma casca protetora rija e reservas alimentares que nutriam o embrião até o seu nascimento. Esta foi a maior inovação evolutiva do Carbonífero, que, perto de terminar, já contava com vários grupos de animais amniotas, entre eles, répteis e sinápsidos.
Disposição dos continentes no Carbonífero.
© Dr. Ronald Blakey, Universidade do Norte do Arizona
(Com modificações)
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Monstros gigantes
A enorme libélula Meganeura captura um Hylonomus. Crédito: Robert Back, 2007 |
Os mares eram povoados por peixes ósseos e uma variedade de tubarões. Crinoides, braquiópodes, briozoários, amonites, gastrópodes, bivalves e recifes de coral também continuavam abundantes. Em terra, a vida já estava bem estabelecida. Artrópodes diversificaram-se rapidamente (libélulas, milípedes, aracnídeos), vários deles atingindo proporções gigantescas. Isso era possível por causa da quantidade maior de oxigênio na atmosfera (35%, contra 21% nos dias de hoje).
Os primeiros répteis surgiram há 340 milhões de anos. Porém, os vertebrados terrestres dominantes eram os anfíbios, que haviam surgido no Devoniano, a partir dos peixes pulmonados. Eles estavam no topo da cadeia alimentar e predavam insetos e peixes; alguns mediam vários metros de comprimento. Embora já possuíssem patas e conseguissem respirar ar, ainda dependiam do meio aquático para se reproduzir.
O anfíbio Eogyrinus foi um dos maiores tetrápodes do Carbonífero, com até 4,6 m de comprimento. Crédito: Nobu Tamura, 2009 |
Os mares eram ricos em lírios-do-mar, braquiópodes e equinodermos. © Phil Degginger / Carnegie Museum |
Florestas exóticas
A "árvore com escamas" (gênero Lepidodendron) chegava a 40 m. © Christian Jégou / Publiphoto Diffusion / Science Photo Library |
Vastas porções de florestas cobriam terreno, com árvores de até 40 m de altura. Predominavam as pteridófitas, plantas que não se reproduzem por sementes, mas por esporos. Havia licófitas, esfenófitas, fetos arbóreos e samambaias. No final do Carbonífero, surgiram as primeiras plantas com sementes, como as pteridospermas (samambaias com sementes), coníferas (que produzem cones, a exemplo dos pinheiros), as ginkgófitas (família do ginkgo) e as cicadófitas (atualmente muito apreciadas para ornamentação).
Lepidodendron, Sigillaria, fetos arbóreos e samambaias eram muito comuns no Carbonífero. © Sergey Krasovskiy |
Quando o clima se tornou mais frio e seco, no entanto, as florestas tropicais se fragmentaram e ficaram restritas a apenas algumas regiões. Sua diversidade também diminuiu, resultando em uma paisagem dominada por fetos e plantas mais baixas. A decomposição da abundante matéria vegetal, ao longo do tempo, deu origem aos depósitos de carvão mineral que hoje são extraídos pela indústria. O nome "Carbonífero", inclusive, deve-se às grandes quantidades de carvão encontradas em rochas da Inglaterra que datam dessa época.
O colapso das florestas tropicais atingiu principalmente os anfíbios, restritos aos ambientes úmidos. Enquanto isso, os répteis desenvolviam importantes adaptações para sobreviver em condições mais áridas: pele coberta de escamas, que protegia contra a desidratação, e o ovo amniótico, dotado de uma casca protetora rija e reservas alimentares que nutriam o embrião até o seu nascimento. Esta foi a maior inovação evolutiva do Carbonífero, que, perto de terminar, já contava com vários grupos de animais amniotas, entre eles, répteis e sinápsidos.
Hylonomus é o réptil mais antigo já descoberto. © Håkon Lystad |
O cheiro de um Eogyrinus morto atrai vários invertebrados de uma floresta escura: entre eles, a centopeia gigante Arthropleura, a libélula gigante Meganeura e o escorpião gigante Hibbertopterus. Eis, então, que entra em cena o sinápsido Ophiacodon para encerrar a briga. © Robert Nicholls, 2008 / Kingfisher Publishing |
Muito legal! Gostei do texto e imagens!
ResponderExcluirObrigado, Luiz! Volte sempre.
Excluirótimo artigo!! tem as fontes?
ResponderExcluirEstão no final da postagem. Valeu!
ExcluirBem bom , passei com ajuda de vocês.....OBRIGADA ❤❤
ResponderExcluirMuitos erros quando vc percebe que só existem dois períodos de grandes mudanças,o pré diluviano e o pós diluviano.
ResponderExcluirE quais seriam as características e as evidências geológicas desses dois períodos que você mencionou?
ExcluirFósseis da época indicam que houve duelo mortal entre um tricetatops e um T Rex dentro da arca, com Noé e sua família assistindo enquanto comiam pipoca.
ExcluirMas, segundo Platão, os dinossauros não passavam de pensamentos mundanos do seres humanos na época, a arca de noé foi apenas mais um dos projetos do você sabia em trabalho conjunto com o fatos desconhecidos
Excluirlindo
ResponderExcluirqueria saber do que essa libelula gigante se alimentava
ResponderExcluirEla se alimentava de outros insetos, mas, devido a seu tamanho, acredita-se que também podia capturar pequenos anfíbios e répteis!
ExcluirClique no link na postagem para ler mais sobre a Meganeura!
Amei!
ResponderExcluirÓtimo trabalho!
ResponderExcluirValeu!
Excluir35% de oxigênio! Seria um paraíso para atividades físicas e crescimento.
ResponderExcluirOs primeiros amniotas eram répteis? Qual a diferença deles com os sauropsídeos e sinapsídeos?
ResponderExcluirOs primeiros amniotas não eram répteis nem sinápsidos. No modelo de classificação atual eles são chamados simplesmente de amniotas basais. Esses animais ainda são pouco conhecidos, mas um possível representante deles é o Casineria, que parecia um lagarto. Em pouco tempo, porém, os amniotas deram origem aos dois grupos: saurópsidos e sinápsidos.
Excluirque?
ExcluirMeu Deus, pela imagens dava para ter mais ou menos uma ideia de como lindíssimo era o nosso planeta Terra antes do surgimento da espécie humana, que só sabe até agora fazer sofrer a fauna e a flora!! Olha só para aquela vegetação toda com belas espécies de plantas e árvores, e os pântanos, bem como os animais que na sua era e período eram na sua maioria insetos, anfíbios e répteis. Parece o cenário do filme do Avatar. Adorei o seu Blog, e assim espero frequentemente visitar. Abraços de Timor-Leste (sudeste asiático).
ResponderExcluirObrigado e volte sempre! Abraços!
ExcluirFelipe, você iria gostar de conhecer a exposição "A Vida na Terra" em Itu. Fala de tudo o que você escreve.
ResponderExcluirBom saber, Paulo. Espero visitar um dia!
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