Megatério, a preguiça-gigante

© Roman Uchytel

    O megatério ("besta gigante", do grego mega, "grande", e therion, "besta") é um gênero de preguiça-gigante ou preguiça-terrícola que viveu do início do Plioceno ao final do Pleistoceno, entre 5 milhões e 10 mil anos atrás, na América do Sul. É a maior preguiça-terrícola conhecida, pesando até 4 t e medindo até 6 m de comprimento e 4,5 m de altura quando em pé. Ele está também entre os maiores mamíferos terrestres que já existiram, excedido em tamanho somente por algumas espécies de mamute e o paraceratério.

© Mundo Pré-Histórico
(Baseado na reconstrução de Carl Buell)

    Possuía um esqueleto robusto, com braços longos, uma grande cintura pélvica e uma cauda grossa e musculosa. Por causa de seu tamanho, as preguiças-gigantes tinham estilos de vida muito diferentes do das preguiças modernas. O megatério era primariamente quadrúpede, mas também podia se locomover em duas patas por curtas distâncias. Como os tamanduás, pisava com os lados dos pés e mãos, já que as longas garras impediam que as palmas e plantas tocassem totalmente o chão. Sua altura lhe permitia se alimentar de vegetação inacessível para outros herbívoros: apoiando-se nas fortes patas traseiras e a cauda, alcançava galhos altos com as grandes garras curvadas das mãos. A boca estreita e os lábios preênseis selecionavam as folhas e ramos mais macios, uma vez que seus dentes eram próprios para cortar, e não moer.

    Adaptado a ambientes abertos e de clima temperado, o megatério habitava bosques e pradarias. Na maioria das vezes andava em grupos, mas algumas espécies eram solitárias e viviam em cavernas. A redução de seu habitat durante o Holoceno tem sido apontada como um fator contribuinte para a extinção do megatério, além da caça por parte dos primeiros Homo sapiens. Megatherium altiplanicum, que viveu na Bolívia durante o Plioceno, é a espécie mais antiga e a menor. Muito semelhante ao Promegatherium, sugerido como ancestral do gênero, tinha o tamanho de um rinoceronte. As demais espécies se tornaram maiores ao longo do tempo, com Megatherium americanum, do final do Pleistoceno, atingindo o porte de um elefante-africano.
    O primeiro espécime fóssil de megatério foi encontrado em 1788 por Manuel Torres, em Luján, na Argentina. Em 1796, Georges Cuvier nomeou essa preguiça como M. americanum e inicialmente acreditava que ela usava as garras para subir em árvores, como as preguiças atuais. Desde a descoberta original, vários outros esqueletos fósseis foram encontrados pela América do Sul, na Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Guiana, Paraguai, Peru e Uruguai. Este e outros animais da megafauna foram as criaturas pré-históricas mais populares até a descoberta dos dinossauros, algumas décadas depois.

Classificação científica:
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Pilosa
Família: †Megatheriidae
Subtribo: †Megatheriina
Gênero: †Megatherium
Espécies: †Megatherium americanum, †M. altiplanicum, †M. celendinense, †M. medinae, †M. istilarti, †M. parodii, †M. sundti, †M. gallardoi e †M. urbinai

Megatherium americanum no Museu Nacional de História Natural, Paris, França.

Crédito: Carl Buell

Fontes: Encyclopedia of Life, Papo de Primata, Superinteressante, ThoughtCo e Wikipedia.