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14 abril 2011

Megalodonte, o maior tubarão que já existiu

Crédito: Herschel Hoffmeyer / Shutterstock

Atualizado em março de 2021

    O megalodonte ("dente grande", do grego mégas, "grande", e odoús, "dente") é uma espécie extinta de tubarão pertencente ao gênero Otodus ("dente em forma de orelha"), que inclui outras espécies extintas. Considerado um dos maiores e mais poderosos predadores que já existiram, é estimado em até 16 m de comprimento e 60 t, embora tivesse, em média, 10,5 m e 48 t. Viveu entre 23 e 3,6 milhões de anos atrás, do início do Mioceno a meados do Plioceno, em mares tropicais e temperados de todo o mundo. Fósseis foram encontrados nas Américas, Europa, África, sul da Ásia, Japão e Oceania.

© Mundo Pré-Histórico
(Baseado na reconstrução de Oliver E. Demuth, 2020)

    Suas maxilas gigantes, que chegavam a mais de 2 m de largura, podiam exercer uma mordida de 108,5 a 182,2 mil newtons de força (a mordida mais poderosa do reino animal) e continham mais de 250 dentes triangulares, distribuídos em 5 fileiras. Os dentes, que podiam medir mais de 18 cm - os maiores de qualquer espécie de tubarão -, possuíam finas serrilhas e eram espessos e resistentes, feitos para agarrar presas e quebrar ossos. O megalodonte podia nadar a 18 km/h para perseguir baleias, golfinhos, focas, grandes peixes e tartarugas. Os indivíduos jovens habitavam águas costeiras mais quentes, onde se alimentavam de peixes e baleias menores. Esse potente predador, contudo, ainda enfrentava a competição de grandes cetáceos devoradores de baleias, como o Livyatan e a orca Orcinus citoniensis. O aparecimento desses fortes concorrentes, inclusive, pode ter sido uma das causas que levaram o megalodonte à extinção, junto com o surgimento de mamíferos aquáticos mais ágeis e que podiam migrar para as regiões polares, onde ele não era capaz de sobreviver. Além disso, com a aproximação do período glacial do Pleistoceno, a temperatura das águas caiu e o nível do mar baixou, reduzindo as áreas mais rasas onde se reproduzia.

Dente de megalodonte comparado ao de um tubarão-branco (Carcharodon carcharias), o maior peixe predador existente.
Crédito: Rex Features

    Acredita-se que o megalodonte tinha uma aparência similar à do tubarão-branco moderno, embora seria muito mais corpulento, teria maxilas mais robustas e nadadeiras mais fortes. Sua aparência e tamanho, porém, são difíceis de precisar, uma vez que os únicos fósseis existentes são centenas de dentes, algumas vértebras e coprólitos (fezes fossilizadas, incluindo, aliás, um objeto espiralado de 14 cm). Como todo tubarão, seu esqueleto era feito de cartilagem e, portanto, dificilmente é preservado. Os dentes, por outro lado, são fósseis muito comuns, pois esses peixes tendem a perdê-los e substituí-los diversas vezes ao longo da vida.
    Relatos da época da Renascença apontam que grandes dentes triangulares, frequentemente encontrados cravados em rochas, eram considerados línguas petrificadas de dragões e serpentes. Essa interpretação foi corrigida em 1667, pelo naturalista dinamarquês Nicolas Steno, que os reconheceu como dentes de um tubarão gigante. Em 1843, Louis Agassiz deu o primeiro nome científico ao animal, Carcharodon megalodon, no mesmo gênero do tubarão-branco (Carcharodon carcharias). Atualmente, o megalodonte é incluído na extinta família Otodontidae, que divergiu do ancestral do tubarão-branco ainda no começo do Cretáceo - embora a classificação a nível de gênero seja controversa, variando entre os gêneros Carcharocles (duvidoso) e Otodus, conforme o autor. O megalodonte seria o final de uma linhagem evolutiva única que teria começado com Otodus obliquus e evoluído sucessivamente, ao longo do tempo, para as espécies O. aksuaticus, O. auriculatus, O. angustidens, O. chubutensis e, finalmente, O. megalodon.

Classificação científica:
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Chondrichthyes
Subclasse: Elasmobranchii
Ordem: Lamniformes
Família: †Otodontidae
Gênero: †Otodus
Espécie: †Otodus megalodon
(Outras espécies: †Otodus aksuaticus, †O. angustidens, †O. auriculatus, †O. chubutensis, †O. obliquus e †O. sokolovi)

David Temple e Amy Potts, do Museu de História Natural de Houston, no Texas, EUA, posam sorridentes dentro de uma reconstrução das maxilas de um megalodonte - isso somente porque o animal não está vivo! A maior reconstrução desse tipo mede 2,7 m de altura por 3,4 m de largura e foi montada pelo colecionador de fósseis Vito Bertucci ao longo de duas décadas.
Crédito: Museu de História Natural de Houston
Marcas de mordidas compatíveis com os dentes do megalodonte foram encontradas em ossos fossilizados de baleias e focas.
Crédito: Alberto Gennari, 2015

Fontes: Earth ArchivesEarthSkyLiveScience, Prehistoric Beast of the Week e Wikipedia.

13 comentários:

  1. tava na hora de atualizar as informações !!

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    1. Pois é! Ainda tenho muito o que fazer nas postagens mais antigas, mas agora está bem melhor, não?

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  2. Anônimo6/9/18

    Meu que explicação "top". Eu achei bem interessante essa explicação

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  3. falta atualizar várias coisas

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  4. Felipe, eu vi em três sites que, ao que parece, o tamanho do megalodonte foi "reduzido" para 16 metros de comprimento.
    Links abaixo:
    1: https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/08912963.2019.1666840
    2: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7471939/
    3: http://prehistoricbeastoftheweek.blogspot.com/2013/02/megalodon-prehistoric-animal-of-week.html?m=1

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    1. Pobre megalodonte, ficou "pequeno" agora, kkk! Obrigado por avisar, Vinícius!

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    2. É curioso ver como as estimativas desse gigante realmente mudaram ao longo do tempo. E de nada!

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  5. Ah não velho, a legenda dessa penúltima imagem me pegou de jeito, estou rindo aqui feito uma chaleira!

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