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30 junho 2010

Adamantinasuchus, um pequeno crocodilomorfo noturno

Crédito: Deverson da Silva (Pepi)

Atualizado em janeiro de 2021

    Adamantinasuchus ("crocodilo da Formação Adamantina") é um gênero extinto de crocodilomorfo notossúquio. Viveu no sudeste do Brasil entre 93,9 e 83,6 milhões de anos atrás, da idade Turoniana à Santoniana, durante o Cretáceo Superior, quando a região tinha um clima semiárido, com muito calor e rios efêmeros. Essa pequena criatura, integrante de uma diversificada fauna local de crocodilomorfos, media aproximadamente 50 cm de comprimento e pesava em torno de 10 kg.

© Mundo Pré-Histórico
(Baseado na reconstrução de Felipe Alves Elias)

    Sendo uma criatura exclusivamente terrestre, o Adamantinasuchus tinha narinas frontais (nos crocodilomorfos aquáticos elas se localizam mais no alto para facilitar a respiração), uma postura mais ereta e era provido de membros alongados - os posteriores maiores que os anteriores -, que lhe permitiam percorrer grandes distâncias à procura de alimentos. Possuía uma cabeça pequena, curta e alta, mas com olhos grandes nas laterais, os quais sugerem que o animal tinha hábitos noturnos, talvez como forma de evitar o calor do dia. Seus dentes diferenciados (como os dos mamíferos) são típicos de uma dieta onívora, porém o mecanismo de movimentação da mandíbula suporta a ideia de que o Adamantinasuchus era principalmente carnívoro. Devia se alimentar de pequenos animais, possivelmente insetos e até carniça. Dessa forma, os dentes da frente, protuberantes e semelhantes a dentes incisivos e caninos, seriam úteis para agarrar as presas e arrancar pedaços de carne, enquanto os de trás, parecidos com molares, serviam para mastigar.
    O animal é conhecido por restos parciais de pelo menos sete indivíduos, o primeiro deles coletado pelo paleontólogo William Roberto Nava em 1998, durante as obras de construção de uma represa a 25 km da cidade de Marília, em São Paulo. As rochas do sítio, que ficou posteriormente submerso, pertencem à Formação Adamantina. Ismar de Souza Carvalho e Pedro Henrique Nobre estudaram a espécie e a nomearam como Adamantinasuchus navae, em 2006, homenageando seu descobridor.

Classificação científica:
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Reptilia
Superordem: Crocodylomorpha
Clado: Crocodyliformes
Clado: Mesoeucrocodylia
Clado: Metasuchia
Clado: †Ziphosuchia
Subordem: †Notosuchia
Gênero: †Adamantinasuchus
Espécie: †Adamantinasuchus navae

Crédito: Jakub, 2013
Reconstrução do esqueleto de Adamantinasuchus, exposto no Museu Nacional, no Rio de Janeiro - RJ, antes do incêndio de 2018. Felizmente, outros exemplares, descobertos em 2008, seguem guardados no Museu de Paleontologia de Marília.

Fontes: Adamantinasuchus navae: A new Gondwanan Crocodylomorpha (Mesoeucrocodylia) from the Late Cretaceous of Brazil (NOBRE & CARVALHO, 2006), Ciência Hoje das Crianças, Dinossauros & AfinsFAPERJG1Prehistoric Wildlife e Wikipedia.

22 comentários:

  1. Eu não disse que estaria aguardando!
    Como sempre, muito show!

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    1. É sério. A forma com que você relaciona as informações e deixa de um jeito mais claro é excelente!

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    2. Obrigado mesmo! É justamente isso que procuro fazer, mas é uma questão de prática. São anos escrevendo, e vejo que as postagens mais antigas, que estou atualizando, tinham uma qualidade muito inferior. Andei vendo seus vídeos, eles também melhoraram bastante!

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    3. De nada! E muito obrigado! Meu canal vai completar quatros anos dia 28 desse mês, já é uma longa história evolutiva.

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    4. Kkkk, isso aí! Parabéns!

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  2. Tem outro site caso você queira colocar novas informações no futuro, Felipe!
    Link: https://dinossaurosdobrasil.wixsite.com/dinossauros-e-afins/adamantinasuchus

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  3. O Adamantinasuchus é um dos crocodilomorfos mais diferentes que eu já vi!

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    1. O Brasil teve vários desses crocodilos terrestres, muito diferentes mesmo!

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  4. Você irá falar também sobre a era cenozoica?

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  5. Sinto cheiro de que você acabou de monetizar seu blog... kkk! É isso mesmo, estou vendo alguns anúncios?

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    1. Sim! Estou implementando ainda, espero que dê certo!

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    2. Torço muito para que de certo, o trabalho que você faz aqui merece uma recompensa boa!

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    3. Muito obrigado, de coração!

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    4. De nada, só disse a verdade, kkk!

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  6. Anônimo25/5/21

    quando eu vi essa postagem eu lembrei dos mamiferos noturnos do cretaceo como kimbetopsalis que sobreviveram ao asteroide e me fez pensar que poucos mamiferos que conhecemos que sobreviveram ao asteroide como o solenodonte

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  7. onde vc tira essas imagens de comparação? vc q faz?

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