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26 janeiro 2019

Listrossauro, o soberano do Triássico Inferior

© John Sibbick / Science Photo Library

    O listrossauro ("lagarto pá", do grego listron, "pá", e sauros, "lagarto") é um terápsido dicinodonte (grupo de sinápsidos) que viveu entre 255 e 250 milhões de anos atrás, do final do Permiano ao início do Triássico, na África, Ásia, Europa e Antártida. Esse herbívoro robusto variava de 60 cm a 2,5 m de comprimento, dependendo da espécie, com uma média de 90 cm e 90 kg. Ele sobreviveu à extinção Permo-Triássica, há 252 milhões de anos, e tornou-se o vertebrado terrestre mais comum do Triássico Inferior.

© Mundo Pré-Histórico

    Essa estranha criatura tinha um focinho achatado, olhos no topo da cabeça, corpo atarracado e cauda curta. Sendo um dicinodonte, o listrossauro possuía apenas dois dentes (um par de caninos semelhantes a presas), utilizados para desenterrar raízes, e um bico córneo usado para arrancar folhas. O alimento era processado por placas ósseas no céu da boca, deslizando a fraca mandíbula para frente e para trás.
    A estrutura de seus ombros e quadris indica que ele se mantinha em uma postura um pouco alastrada. Seus braços, mais fortes que as pernas, eram adaptados para escavar, e a forma do crânio sugere que ele vivia em tocas. O tronco em forma de barril continha pulmões grandes, capazes de inalar mais oxigênio mesmo em ambientes confinados e poeirentos. Essas adaptações e seu estilo de vida devem ter sido a razão pela qual o listrossauro sobreviveu à extinção do fim do Permiano, provocada por mudanças climáticas decorrentes de gases e cinzas expelidos por vulcões. Além disso, o animal vivia em todo o mundo e quase não possuía predadores - os únicos possíveis eram o terocéfalo Moschorhinus e o arcossauriforme Proterosuchus.
    Durante um intervalo do tempo geológico, 95% dos fósseis de vertebrados terrestres correspondem a espécies de listrossauro - o único momento em que uma espécie ou gênero de animal terrestre dominou a Terra a esse nível. Fósseis do animal já foram encontrados em vários depósitos sedimentares pelo mundo, mais abundantemente na África do Sul e, em menor grau, Zâmbia, partes da Índia, China, Mongólia, Rússia europeia e Antártida (que não se encontrava sobre o Polo Sul na época). A primeira espécie (Lystrosaurus murrayi) foi nomeada por Edward Drinker Cope, em 1870. A descoberta de fósseis de listrossauro nos Montes Transantárticos, entre 1969 e 1970, ajudou a provar a teoria das placas tectônicas e de que os continentes já foram uma vez unidos.

Classificação científica:
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Clado: Synapsida
Ordem: Therapsida
Infraordem: †Dicynodontia
Família: †Lystrosauridae
Gênero: †Lystrosaurus
Espécies: †Lystrosaurus murrayi, †L. amphibius, †L. bothai, †L. breyeri, †L. broomi, †L. curvatus, †L. declivus, †L. georgi, †L. hedini, †L. jeppei, †L. jorisseni, †L. latifrons, †L. maccaigi, †L. primitivus, †L. putterilli, †L. rajurkari, †L. robustus, †L. rubidgei, †L. theileri, †L. wageri, †L. wagneri, †L. weidenreichi e †L. youngi

Reconstrução de Lystrosaurus hedini no Museu Estadual de História Natural de Stuttgart, na Alemanha.
A espécie Lystrosaurus georgi.
Crédito: Dmitry Bogdanov
Lystrosaurus murrayi, a espécie-tipo do gênero Lystrosaurus.
Crédito: Dmitry Bogdanov, 2007

Fontes: Encyclopedia BritannicaNational GeographicStudy.com e Wikipedia.

2 comentários:

  1. Faz uma postagem sbre o dictodon e outra sobre o kenemiria.

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